Os navios estão cada vez maiores e os portos não crescem no mesmo tamanho. E nós vamos ter agora a competitividade. É muito importante nós sabermos que o Brasil é um país muito afastado, isso é uma característica. Nenhum país é tão longe, só a Argentina e o Chile são mais longe, ou tão longe quanto o Brasil dos grandes centros econômicos mundiais. E nós nos relacionamos com esses centros econômicos, em termos de exportação e importação, pelo mar. Então, nós temos que ser competitivos porque senão nós vamos perder: vamos perder carga pra Austrália, vamos perder carga pra países africanos, vamos perder carga pra nossos competidores. Então, só através de uma navegação segura e eficiente é que nós seremos capazes de oferecer produtos alguns mesmos preços que esses países mais próximos dos grandes centros econômicos ofecerem. Navios desse porte começarem a vir para o Brasil é uma realidade que nós temos que nos adaptar e temos que preparar os portos para isso. Ou a gente faz isso ou nós vamos, de alguma maneira, diminuirmos a nossa participação no comércio mundial, diminuirmos a competitividade, nós vamos ver indústrias fechando, nós vamos ver, cada vez mais, a gente tendo menor peso nesse grande globo econômico no qual nós nos inserimos. Então, eu não vejo outra solução a não ser a gente adaptar os portos no limite que for possível para chegarmos e a recebermos esses navios, no resto do mundo eles estão andando, é o futuro. Ou a gente se prepara para o futuro ou vamos morrer no passado.