Entendendo o fenômeno da “ressaca” por Prof. Belmiro Mendes de Castro Filho – Instituto Oceanográfico da USP
Outras regiões que são significativamente afetadas são aquelas que estão mais expostas ao mar aberto, por exemplo, a costa Sul do Estado de São Paulo, a costa de Santa Catarina, também, inclusive a costa do Rio de Janeiro. Recentemente aquele evento de destruição de parte da ciclovia na cidade do Rio de Janeiro foi causada pelo fenômeno de ressaca, então, como eu disse, a ressaca é um fenômeno de larga escala, ele começa lá na costa de Santa Catarina às vezes mesmo ao sul de Santa Catarina e vêm se propagando em direção ao norte, vai varrendo a costa, as regiões costeiras que estiverem mais expostas – o que significa estar mais expostas – são regiões que são mais livremente abertas ao mar, não é, e que têm obras em regiões costeiras, digamos, ficam mais expostas ao impacto local da ressaca. Evidentemente se nós pegamos uma praia, eu lembro que eu ia para Peruíbe quando eu era menino e não existia praticamente nada em Peruíbe, era uma região muito pouco urbanizada e existia ressaca, só que não existiam avenidas à beira mar, não existiam construções, casas assim nas proximidades do mar de forma que a ressaca era um fenômeno natural que não afetava obras construídas pelo homem, não afetava a urbanização dessas regiões urbanizadas. Agora, quanto mais urbanizada for a região e mais próxima da beira do mar ela estiver, mais exposta ela fica ao impacto da ressaca.
