Tecnologia e Navegação do Rio Amazonas por Francisco Horne – Bacia Amazônica Práticos
Realmente nós utilizamos de algumas tecnologias, equipamentos eletrônicos de auxílio à navegação mas nem sempre é possível, a maioria das vezes você não pode confiar nesses equipamentos, você tem que traçar sua navegação de rumos práticos, que é uma navegação basicamente visual e de radar. Por quê? Porque o Rio Amazonas tem uma característica muito interessante, é um rio muito grande, é um rio que tem um volume de água muito grande e ele vai mudando, o leito do rio muda de um mês pro outro. Você tem um fenômeno que uma ilha – que hoje está em uma margem – meses depois desaparece e meses depois aparece na outra margem. Então você passa por um lugar com o navio que você tem uma profundidade que você consegue passar 2 meses depois se você passar pelo mesmo local você encalha o navio. Então a gente tem que estar em constante… entendendo, eu acho que essa é a palavra melhor, é compreender como a água vai fluindo, entender esse mecanismo através de comunicação com os colegas, por isso que é muito importante a nossa qualificação, estarmos lá, nós temos milhares de milhas navegadas no Rio Amazonas, as distâncias são muito grandes, então essa prática mesmo do dia a dia, de estar no dia a dia no Rio Amazonas, nos proporciona essa conhecimento prático, também vem o nome “prático” do local. Então a gente sabe: “Por aqui eu posso passar, por aqui eu não posso passar”, nem sempre as sondagens conseguem chegar a tempo em nossas mãos, as sondagens realizadas pela Marinha nem sempre conseguem chegar a tempo em nossas mãos pra você evitar uma situação ruim. Então nós temos que saber e nós temos que – através de comunicação nossa, falando um prático com outro: “Olha eu estou pegando pouca água aqui a água tá indo mais praquele lado” – nós vamos descobrindo os caminhos, essa é que é a verdade, então é uma navegação, nesse aspecto, é algo bem característico da Região mesmo e do Rio Amazonas.