A senhora foi exatamente nos dois grandes desafios da Marinha, eu diria, do Brasil. Nossos desequilíbrios orçamentários geram, não só uma subalocação de recursos para a Marinha, quando a gente vê ao longo dos últimos 60 anos o percentual de participação da Forças Armadas no Orçamento Geral da União é decrescente, e é muito decrescente. Então, nós temos esse aspecto, mas também a própria instabilidade do Orçamento, a gente nunca sabe exatamente o que vai receber, é difícil nós termos um planejamento, então, isso é um aspecto. E outro aspecto é realmente o desafio tecnológico. O navio é utilizador intensivo de tecnologia. E a gente vê os novos desenvolvimentos, os novos equipamentos, sistemas, cada vez usando uma tecnologia que nós brasileiros ainda não temos acesso. Por exemplo, a tecnologia nuclear, que é crescente o uso da tecnologia nuclear, principalmente nos submarinos, mas também me navios de superfície. E nós não temos acesso, estamos lutando pra isso, e é uma luta em que nós não temos amigos. Todos procuram, de alguma maneira, evitar que a gente chegue a obter essa tecnologia. São desafios grandes que nós temos enfrentado.