Transição energética foi um dos destaques de 2024 na Organização Marítima Internacional
O evento foi aberto pelo Diretor-Geral de Navegação, Almirante de Esquadra Sílvio Luís dos Santos, que destacou a inclusão dos biocombustíveis na transição energética. “Este último ano foi um ano em que podemos dizer que tivemos conquistas importantes no fórum da IMO (…) hoje o biocombustível já faz parte da lista de combustíveis que vão servir para a transição energética. (…) Ainda não está decidido qual será esse combustível, mas hoje ele já figura na lista dos candidatos e isso é sem dúvida uma conquista muito importante alcançada pelo trabalho árduo e profissional e da coordenação da comunidade marítima brasileira“. O Diretor-Geral ressaltou ainda a importância da colaboração entre os diferentes atores do Setor. “Além desta conquista dos biocombustíveis, nós identificamos a importância de um trabalho coordenado para que estas iniciativas convirjam para o propósito que todos nós desejamos“, acrescentou.
Para o Secretário Executivo Adjunto da Comissão Coordenadora de Assuntos da IMO (CCA-IMO), Vice-Almirante Sergio Fernando de Amaral Chaves Júnior, “a reunião foi importante para mostrar o que conseguimos ao longo do ano e pedir aos envolvidos que continuem contribuindo conosco na defesa dos interesses brasileiros”. Coordenada pela Marinha, e composta por 13 Ministérios e uma Agência Reguladora convidada, a CCA-IMO é responsável por elaborar as posições defendidas pela delegação brasileira.
O Vice-Almirante ressaltou a relevância da atuação do País na Organização, onde tem se posicionado como um mediador em negociações cruciais. “O Brasil tem uma postura de bastante relevância na IMO atualmente. A gente, em função do nosso trabalho, do empenho, da dedicação brasileira, tem conseguido ser relevante e ser ouvido também na questão da negociação. O Brasil é visto como um ator capaz de destravar nós, destravar impasses”, contou o Secretário.
Sobre a importância de reunir representantes de diferentes órgãos e empresas que atuam no Setor, o Vice-Almirante Chaves faz uma associação com o conceito da “tríplice-hélice”, que, segundo ele, já está solidificado na área da Ciência e Tecnologia e une Governo, Academia e Indústria. “A gente acredita que para a regulação internacional, para a defesa dos nossos interesses na IMO, a gente precisa desse trabalho sinérgico entre Autoridade Marítima, Ministérios interessados, Indústria e ainda junto da Academia, que vai participar com os seus cientistas, com os seus estudiosos. Os três campos trabalhando juntos defenderão ainda melhor os interesses do Brasil“, concluiu.
O evento reafirmou o papel da MB como articuladora entre suas diretrizes, no papel de Autoridade Marítima Brasileira, e a Comunidade Marítima. A continuidade desse diálogo tem contribuído significativamente para o fortalecimento do setor de navegação e o desenvolvimento sustentável da economia, consolidando a posição do Brasil no cenário marítimo internacional. O encontro ocorrido representou um marco nessa trajetória de colaboração e desenvolvimento, reafirmando o compromisso da Força Naval com o crescimento do Setor e a sustentabilidade do transporte marítimo nacional.
O Diretor-Presidente da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), Julian Roger Crispin Thomas, destacou a descarbonização como uma das principais revoluções que o Setor enfrenta. “A iniciativa da Marinha em trabalhar em conjunto com todos os setores, todos os stakeholders, para chegar ao melhor para o país é fundamental”, afirmou.
Representante do setor privado e Diretor-Executivo da Be8, empresa brasileira de energias renováveis, Erasmo Carlos Battistella complementou: “estar aqui com a Marinha e o setor produtivo é crucial para discutirmos as oportunidades que temos na descarbonização do transporte marítimo”. Ele ressaltou a importância dos biocombustíveis como uma solução viável nesse processo.
O Brasil na IMO
A Organização Marítima Internacional (IMO), agência especializada da ONU com sede em Londres, tem como missão promover um transporte marítimo internacional seguro, protegido e sustentável. O Brasil é membro da IMO desde 1963 e, desde 1967, faz parte do seu Conselho, um espaço reservado para países com grande interesse no comércio marítimo global.
No Brasil, a Marinha é responsável por elaborar e atualizar normas relacionadas ao registro, construção e certificação de embarcações, além de regular o uso de material de salvamento e capacitação de aquaviários. A MB também estabelece padrões para cartas náuticas e supervisão de obras em leitos marinhos e fluviais, garantindo a prevenção da poluição hídrica causada por embarcações.
Veja o vídeo com imagens do encontro:
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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