Depois de 15 anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou uma nova edição do Mapa de Biomas do Brasil. O documento é resultado de uma colaboração entre o órgão e o Ministério do Meio Ambiente (MMA). O estudo mapeia não só os ambientes terrestres, como Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa, como também os ecossistemas marinhos.O professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico (IO), defende que essa edição conta com avanços importantes. “Parece algo superficial, mas a nova divisão dos municípios costeiros é muito importante”, aponta ao Jornal da USP no Ar. Dividindo o território marítimo entre unidades federativas, fica mais fácil traçar políticas públicas de uso sustentável dos oceanos, bem como delegar responsabilidades, segundo o especialista.Outra novidade é o nível de detalhamento do documento. Na edição de 2004, a escala era de um para 5 milhões. Na atual, é de um para 250 mil. Responsável pela Cátedra Unesco de Sustentabilidade dos Oceanos do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, Turra salienta essa precisão, uma vez que o oceano é um ambiente altamente tridimensional. “Há desde áreas costeiras até profundidades de cinco mil metros”, explica. Novos estudos sobre os biomas marinhos foram adicionadas ao registro, também.O professor lembra que o ambiente marinho é diferente do terrestre. “A gente já tem um Atlas Geográfico das Zonas Costeiras e Oceânicas do Brasil, de 2011”, levanta. De acordo com ele, foi o primeiro passo no desenvolvimento de uma mentalidade marítima. Além disso, há o Grupo Técnico Formação de Recursos Humanos em Ciências do Mar (PPG-Mar), da Marinha do Brasil. Os dados abertos do Mapa de Biomas do Brasil representam mais um avanço importante para a pesquisa dos oceanos.Com progresso tecnológico na área, o País estaria mais preparado a desafios e desastres, como as manchas de petróleo que aparecem na costa. “A gente tem de entender várias coisas muito básicas, mas importantíssimas, para o Brasil se reconhecer como uma nação marítima”, defende.Fonte: Jornal da USP
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