Uma vida voltada para o Mar por Almirante de Esquadra Luiz Fernando PALMER Fonseca

Os bons ventos, realmente… primeiro eu vou pedir permissão pra você para falar dos bons ventos do passado que foram maravilhosos, 48 anos que eu acho que é uma vida, jamais gostaria de ter vivido outro tipo de vida, sou muito realizado, a Marinha pra mim é tudo. E depois que a gente sai, a gente tem que se compenetrar que a gente está fora. Tem outras pessoas que vêm aí e que são capazes de fazer talvez muito melhor do que nós fizemos. Então, tem que desapegar, eu costumo dizer. Não adianta a gente querer ficar apegado. E assim vai, a Marinha está sendo tocada muito bem, com pessoas mais novas, etc. E depois que eu saí, graças a Deus, eu consigo tentar me manter atualizado com as coisas do mar através de atividades que nenhuma delas é remunerável, nenhuma delas é remunerada. Mas eu gosto de trabalhar, por exemplo, em instituições como a ABRAVELA, que procura incentivar a educação marinheira, a vela educativa, eu procuro, estou ajudando muito e participando do conselho diretor de uma entidade que pretende, que é a Mare Nostro, fazer anualmente um grande encontro no Brasil sobre coisas do mar. Eu sou candidato à Diretoria da Organização Hidrográfica Internacional, então, eu estou plenamente realizado, e ainda continuo velejando, porque eu sou tripulante de um barco à vela de um amigo meu, que eu sou o navegador, ele é o comandante e agora eu sou o navegador, quer dizer, eu me sinto um marinheiro que, aliás, é o que eu sempre fui e o que eu mais gosto de ser.
Eu acho o trabalho de vocês em prol da mentalidade marítima importantíssimo. O país, até hoje, ainda não obteve essa consciência e é com pessoas como vocês que talvez algum dia ele consiga obter essa consciência. Parabéns.